Estudantes de Fisioterapia colocam o aprendizado das aulas em prática
 

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Estudantes de Fisioterapia colocam o aprendizado das aulas em prática

29 / Novembro / 2024

Parceria do UniCuritiba com a Associação do Deficiente Motor possibilita atendimento a mais de 200 crianças e adultos na capital paranaense

 

Os estudantes do ensino superior não precisam esperar pela formatura para colocar seus conhecimentos em prática e auxiliar a comunidade. A prova é a parceria entre o curso de Fisioterapia do UniCuritiba – instituição da Ânima Educação – e a Associação do Deficiente Motor (ADM)/Escolas Vivan Marçal, de Curitiba.

Desde agosto, 36 acadêmicos da UC (unidade curricular) de Fisioterapia Neurológica prestam atendimentos variados a cerca de 230 crianças e adultos com deficiências físicas neuromotoras, paralisia cerebral, distrofia muscular, deficiências intelectuais e doenças raras que causam distúrbios dos movimentos.

Sob orientação e supervisão do fisioterapeuta Nelson Morini, os estudantes vão às duas unidades da ADM – no Centro e no bairro Mercês – uma vez por semana. As aulas práticas envolvem diagnóstico fisioterapêutico, discussão e registro de casos clínicos, auxílio aos pacientes com dificuldades de adaptações à cadeira de rodas ou com outras necessidades específicas.

Além disso, os estudantes do UniCuritiba se envolvem em atividades de socialização, como a festa em comemoração ao Dia das Crianças, e extracurriculares, quando levaram os pacientes para um passeio no mês de outubro.

“Essa aproximação com os pacientes e com a realidade fora da sala de aula potencializa o aprendizado, mostra a importância da atenção integral à saúde e presta um valioso serviço à comunidade”, diz o professor Nelson Morini, especialista em Traumatologia Desportiva, mestre em Reabilitação e doutor em Engenharia Biomédica.

Maria Fernanda Poledna, 21 anos, cursa o 6º período de Fisioterapia e considera a experiência maravilhosa. “Tivemos contato com pessoas de diferentes idades e patologias e essa convivência mostrou como a fisioterapia pode contribuir de muitas formas. No caso das crianças, tivemos de desenvolver técnicas para trabalhar com esse público de forma adequada, o que foi muito gratificante e enriquecedor.”

A diretora da Escola Vivian Marçal – Unidade Mercês, Fernanda Sudbrack, diz que a entidade vive um momento difícil e precisa de apoio. “Somos uma entidade beneficente e todas as atividades são gratuitas, planejadas e mediadas por uma equipe multidisciplinar. Receber voluntários em nossas escolas é essencial e o trabalho desenvolvido pelos estudantes de Fisioterapia do UniCuritiba, com a orientação do professor Nelson, foi de grande contribuição. Os ganhos foram mútuos, já que os acadêmicos ajudaram nossos alunos, mas também tiveram uma rica oportunidade de atuação prática.”

 

Aprendizados e resultados

Estudante do 4º período de Fisioterapia, Eduarda Luiza Gonçalves, 20 anos, diz que a experiência na Escola Vivian Marçal foi inspiradora. “Vimos o quanto a fisioterapia pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Colocar em prática o nosso aprendizado e vivenciar a rotina dos profissionais e alunos da instituição me ensinou muito sobre empatia e despertou meu interesse pela área de neurologia.”

Em breve, os resultados da parceria entre o UniCuritiba e a ADM serão apresentados durante a mostra acadêmica do centro universitário, mas o objetivo, explica o professor Nelson Morini, não é apenas falar das vivências fora da sala de aula. “Precisamos chamar a atenção da sociedade para as necessidades das pessoas com deficiência, mostrar que é possível oferecer qualidade de vida e ressaltar a importância da interdisciplinariedade nos atendimentos de saúde.”

Criada em 1977, a Associação do Deficiente Motor (ADM) – Escolas Vivan Marçal atende crianças, jovens e adultos nas áreas de educação, saúde e assistência social. “Escolhemos essa entidade por sua importância para as pessoas com deficiência, mas eles precisam mais do que o nosso atendimento fisioterápico. A associação precisa de outros tipos de doação, já que todo atendimento é gratuito. O nosso papel, como cidadãos, é ajudar”, convida o professor Nelson.