Viagem de férias requer atenção às vacinas obrigatórias
3 / Dezembro / 2024
Biomédica reforça a importância da prevenção às doenças endêmicas e dos cuidados com a saúde na hora de escolher o destino turístico
O turismo está aquecido no Brasil. O setor deve contribuir com R$927,2 bilhões para o PIB até o fim do ano. As projeções do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) animam o trade turístico e reforçam um detalhe: a importância de planejar as férias com antecedência.
Além de escolher o destino, fazer as malas, reservar hospedagem e comprar as passagens, quem viaja deve se preocupar com a saúde. Para ter férias tranquilas é fundamental incluir na bagagem a carteira de vacinação atualizada.
De acordo com a biomédica Yasmin Carla Ribeiro, professora do UniCuritiba – instituição da Ânima Educação –, estar com o quadro vacinal completo é importante para a prevenção individual e coletiva. “A movimentação geográfica no período de férias é grande. No fim do ano, em especial, viajamos ou recebemos visitas e os agentes etiológicos endêmicos de cada região transitam junto com os viajantes, o que, dependendo do nível de patogenicidade, pode levar a graves pandemias, como ocorreu com a Covid-19”, explica a especialista.
Mestre e doutoranda em Biologia Celular e Molecular, Yasmin explica que a vacina da febre amarela é a mais solicitada, sendo obrigatória em algumas viagens internacionais. As vacinas contra difteria e tétano também são comuns, principalmente pela forma de transmissão dessas doenças.
“Longe de casa ficamos mais suscetíveis às doenças por causa das mudanças na alimentação e das condições sanitárias diferentes daquelas que estamos habituados. Antes de viajar, a recomendação é verificar quais são as endemias no estado ou país escolhido para as férias”, explica a professora. Alguns países são endêmicos para poliomielite, sarampo e rubéola, tornando as vacinações contra essas doenças essenciais para os viajantes.
Certificado Internacional de Vacinação
Pesquisadora nas áreas de Nanotecnologia, Cultivo Celular, Microscopia e Biologia Molecular, a biomédica Yasmin Carla Ribeiro orienta quem pretende viajar neste fim de ano.
Para o turismo dentro do país, a recomendação é consultar o site do Ministério da Saúde, no serviço de saúde do viajante (https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-do-viajante). O Ministério da Saúde também informa quando há endemia ocorrendo em algum estado ou época do ano.
Para as viagens internacionais, além do site do MS, vale a pena consultar o portal da Anvisa. Para quem escolhe um destina fora do Brasil, é fundamental obter o Certificado Internacional de Vacinação (https://www.gov.br/pt-br/servicos/obter-o-certificado-internacional-de-vacinacao-e-profilaxia). “Em alguns países, o turista só consegue ingressar se tiver o certificado”, alerta Yasmin, coordenadora pedagógica do curso de Biomedicina do UniCuritiba.
Por que as regras mudam?
Os fatores que influenciam na cobertura vacinal envolvem questões climáticas, incidência de determinadas doenças no local de destino, duração da viagem, localização (regiões remotas exigem mais cuidados) e estado clínico do viajante. Pessoas com doenças crônicas, gestantes, crianças e idosos podem apresentar necessidades específicas de vacinação.
“Como a situação epidemiológica não é igual em todo o mundo, o importante é que cada pessoa pesquise as regras impostas pelo país a ser visitado. Ao cumprir as exigências, o turista protege a saúde e evita problemas, como ser barrado durante as escalas do voo ou no local de destino”, alerta a professora do UniCuritiba.
Vacinas indicadas para todo viajante
Ainda que alguns imunizantes sejam obrigatórios e outros apenas recomendados, o básico para qualquer viajante é se prevenir com essas vacinas:
· Febre amarela: recomendada para viagens nacionais e internacionais, especialmente para quem viaja a áreas com risco de transmissão.
· Hepatites virais: transmitidas na ingestão de água ou alimentos contaminados, problema comum em países com condições sanitárias precárias.
· Meningite: doença inflamatória potencialmente grave, que pode afetar o cérebro e a medula espinhal.
· Raiva: transmitida pela mordida de animais infectados, domésticos ou silvestres.
· Tétano: causado por bactérias que entram no organismo através de ferimentos.
· Febre tifoide: causada por uma bactéria que contamina alimentos e água.